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Embrapa inaugura fábrica que irá produzir óleo com semente de maracujá

Projeto, que visa produção de cosméticos, pretende ser viável para pequenas unidades

Agência Brasil

Hoje, as sementes de maracujá são consideradas um resíduo e são subutilizadas

Uma fábrica de óleos naturais que tem como matéria-prima sementes de maracujá será inaugurada neste sábado (14/08), pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com entidades de pesquisa e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).


A fábrica
 Extrair Óleos Naturais se insere em um projeto Arranjo Produtivo Local do Maracujá (APL-Maracujá), no estado do Rio do Janeiro. “O projeto trata do aproveitamento da semente da fruta na extração do óleo, visando à fabricação de cosméticos”, afirma o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Sergio Censi, coordenador da pesquisa.


A perspectiva é de que a fábrica produza 600 litros de óleo de
 semente de maracujá por dia. O óleo produzido a partir dessa matéria-prima tem propriedade hidratante e pode ser incorporado em cosméticos como shampoos, cremes e sabonetes.


O projeto, que conta com financiamento de R$ 190 mil da
 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), foi desenvolvido e é coordenado pela Embrapa.
Segundo Sergio, a extração do óleo em si não é novidade. “O que nós estamos querendo é desenvolver processos para que isso seja viável economicamente em pequenas unidades instaladas, normalmente, nas agroindústrias de suco de maracujá”. O projeto piloto busca atender à demanda das agroindústrias para o aproveitamento das sementes do maracujá, consideradas hoje um resíduo e, por isso, subutilizadas.

Planos

“O que se quer, com a unidade piloto, é conscientizar de que é possível e viável economicamente aproveitar essas sementes e gerar um produto de valor agregado”, disse Censi. Por meio de processos que estão sendo desenvolvidos pelos pesquisadores, as sementes de maracujá serão beneficiadas e o óleo resultante apresentará maior qualidade.

As sementes utilizadas na fábrica são adquiridas de indústrias de sucos e polpas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A comercialização dos óleos naturais extraídos das sementes de maracujá depende de um plano de negócios que está sendo elaborado com o parceiro privado do empreendimento. De acordo com Censi, já foram identificados possíveis interessados nessa matéria-prima para a indústria de cosméticos, inclusive no mercado externo.

Outro objetivo do projeto é a geração de empregos nos municípios que implantarem fábricas semelhantes. “A meta dos pesquisadores da Embrapa é dar esse start [início] para que os empreendedores privados comecem o negócio, que cause impacto na sua região”, disse Censi.


A fábrica produzirá também a torta, o bagaço resultante da prensagem da semente, que poderá ser incorporada em rações para o
 gado leiteiro. A Universidade Estadual do Norte Fluminense trabalha ainda em um projeto que visa ao aproveitamento da casca do maracujá, rica em pectina e fibras. Os pesquisadores da instituição já chegaram a uma farinha que pode ser acrescida à dieta humana.

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